Mala Emocional para a Maternidade

Preparar a mala é uma das principais preocupações e tarefas das mamas/casais na fase final da gravidez. Procuram listas de maternidade, colocam dúvidas nos grupos das redes sociais acerca de marcas e tipos de material. É uma corridas às lojas sejam elas físicas ou virtuais. Procurar a melhor cadeirinha para o carro e o melhor carrinho de transporte para que nada falte neste momento das vossas vidas.

Toda esta jornada é extremamente importante e até desafiante, pois a busca pelo melhor preço/qualidade entre tanta oferta, por vezes não é tarefa nada fácil. Contudo gostaria de deixar uma reflexão: nos dias de aniversário do seu bebé, o que gostaria de lhe dizer? Será que seria que ele vestiua roupa “x” ou que foi transportado no carro “y”, ou gostaria de lhe contar que o dia do seu nascimento foi mágico? O que necessita então de levar na mala, para além de todos os materiais?

Informação – “grávida informada é grávida empoderada”! Leia, veja vídeos, faça workshops, tenha aulas de preparação para o parto, elabore o seu plano de parto com uma profissional de saúde que a esclareça. A informação vai dar-lhe clareza naquilo que é desconhecido o que vai atenuar em muito o seu medo e a sua angústia do momento que aí vem.

Se perceber minimamente o que está a acontecer com o seu corpo e à sua volta, melhor conseguirá questionar e ter a clareza necessária para aceitar ou propor um outro caminho que possa ser viável.

Invista não só em bens materiais, mas em conhecimento que lhe vai proporcionar mais tranquilidade euma perceção mais certa do que está e vai acontecer à sua volta.

O que já adquiriu ou está a ponderar adquirir para aumentar o seu conhecimento?

Foco no positivo – Sei que estamos na era do “pensar positivo” e nem sempre isto é tão linear assim.Contudo o nosso cérebro funciona como um músculo – quanto mais informação positiva você lhe dá, menor capacidade tem de ter pensamentos que lhe trazem ansiedade. Pode pensar negativo sim, mas assim que se apercebe, mude esse pensamento; faça uma meditação; leia algo que lhe faz bem, nem que seja apenas frases empoderadoras do tipo “eu sou capaz; o meu corpo está preparado para parir; a dor é uma resposta do meu corpo para mais rápido ver e tocar o meu bebé”, entre outras. Afaste-se de pessoas que só lhe dão informações más dos seus partos. Com cordialidade e educação, afaste-se e evite essas pessoas. Elas são tóxicas para si e para os seus pensamentos. O seu bebé precisa de uma mãe emocionalmente estável e não em completamente assustada com histórias e experiências que em nada poderão ajudar.

Os pensamentos são alimentos para o cérebro. Que tipo de alimento lhe oferece?

Confiança – Confiar na sua intuição, no seu corpo e em todos os sinais que ele lhe dá é extremamente importante. Contudo, a confiança nos profissionais de saúde também é de elevado relevo. Crie com eles uma relação de empatia e partilhe com eles o que deseja para entre ambos conseguirem dirigir todos os procedimentos no melhor caminho possível…tanto para si como para o seu bebé.

Cada vez mais eles estão a direcionar os seu conhecimentos para um paradigma mais natural e fisiológico, mas foram muito anos a semear a cultura do medo e não da segurança e muitas vezes é o medo que os leva a tomar atitudes talvez mais precipitadas, pois a visão do parto fisiológico foi dando lugar ao parto mais instrumentado e medicalizado, não por má vontade, mas sim por insegurança.

Assim que entrar numa entidade de saúde, agradeça ao profissional por estar consigo naquele momento. Experimente e veja o impacto extraordinário que este pequeno gesto tem. Já experimentou?

Aceitação/acolhimento – Acolha o que chegar, o que tiver que ser feito. Não se esqueça que “dor” não tem que ser “sofrimento”, pois um trabalho de parto provoca “dor”, mas uma dor que nos leva a um bem maior…à chegada do nosso tão esperado bebé. Tudo o que acolhemos e recebemos com amor,é aceite por nós e tudo que aceitamos é melhor gerido no nosso corpo, no nosso coração e não lhe atribuímos o significado de “sofrimento”. “Aceita que dói menos”!

Mesmo que tenha um plano de parto, este pode não poder ser cumprido como máximo de rigor. Há intercorrências inerentes a este momento e que não podem ser descuradas. Há vidas em jogo e é por elas que os profissionais lutam. Por vezes não da melhor forma, mas afinal o que é a melhor forma? Eu pouco sabia da vertente fisiológica do parto e encarava por exemplo, uma “episiotomia” como procedimento normal, até perceber que se der um pouquinho de tempo aquele bebé para ele fazer a dilatação do períneo da mãe, tudo decorre de forma natural sem este procedimento invasivo. Mas enquanto não me informei…fiz muitas episiotomias, sendo que muitas delas desnecessárias provavelmente. Fiz apenas o que me ensinaram e aquilo que sabia.

Acolher não significa “aceitar tudo de mão beijada”. Poderá haver algo que discorde e só tem que questionar e buscar uma resposta que seja importante para ficar tranquila. Se essa resposta não existir, ou não for dada da melhor forma, há como reclamar e manifestar o seu desagrado. Pense sempre que tudo na nossa vida surge para nos dar uma mensagem. Acolha, aceite e perceba que se aconteceu assim, é porque há algo que está por cumprir relativamente a isso, nem que seja na pior das hipóteses, manifestar a sua insatisfação para que outras mulheres também tenham um parto diferente e melhor.

Com isto, se levar na mala informação, pensamento positivo, confiança e aceitação, sentir-se-á mais empoderada e mais aberta a um diálogo com quem está nesta jornada consigo.

A jornada do trabalho de parto e parto é uma incógnita que nenhum profissional de saúde, consegue dizer exatamente o quando vai acontecer. É a verdadeira magia da vida.

Até lá, treine tudo isto e coloque na sua mala emocional. É tão ou mais importante que a roupa e restante material que tem a levar.

No 1º aniversário e restantes, poderá não se lembrar das marcas que usou ou vestiu, mas recordará com toda a certeza, esta experiência como única. Perceba então como a quer contar…pois não está tudo no seu controlo, mas muito está mesmo!

Sejam felizes…hoje e SEMPRE

Com Amor

Elisabete Palma

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