Indução do Trabalho de Parto – 5 MENTIRAS da verdade contada

Estas são apenas cinco histórias de mentiras que vos foram vendidas como verdades. Todas elas vivenciadas muito perto de mim e até mesmo comigo. Contudo e ao longo deste percurso, tenho percebido que são práticas comuns e paralelas em praticamente todos os hospitais do país, não se resumindo só e apenas onde trabalhei. E nem tudo o que é comum…é o correto!

Muitas são as histórias que vi e ouvi nestas quase duas décadas de experiência em sala de partos e urgência obstétrica. Tudo no momento me fazia algum sentido, confesso, até ao momento de sair do meio hospitalar, de ter cortado relações com a enfermagem e até ter percebido que o meu caminho seria mesmo por aqui. E não só pela enfermagem como pelo grande mundo da gravidez e parto. Tenhodito, que aprendi mais desde há 6 meses que nestas duas décadas de experiência no “terreno”.

Provavelmente convosco também será assim. Aceitam conversas, práticas, decisões como certas, porque talvez não conheçam ainda mais nada.

Durante as consultas, vão criando relações com os médicos e estes vão dando orientações que vocês tomam como certas. E claro que o poderão ser, mas atenção…nem sempre o são! Para isso, informem-se, leiam, pesquisem, vejam séries televisivas e tudo isto com base em evidências científicas e com credibilidade. Não se esqueçam que há quem saiba muito, mas na verdade sabe muito pouco acerca departo natural e fisiológico.

Aqui ficam cinco relatos para refletir:

– Num belo dia e há muito pouco tempo, alguém me dizia que foi ao local onde o seu médico trabalhava e este lhe fez o toque “maldoso” e 15’ depois estava cheia de contrações regulares e dolorosas. Voltou ao seu médico e este reencaminhou-a para a sala de partos. Um pouco mais tarde, ascontrações pararam e foi colocada oxitocina artificial. O parto terminou 10h depois tendo sido uma extração com ventosa. Teve direito a analgesia epidural e episiotomia, claro, mas mãe e bebé ficaram bem.

Pergunto eu…será que foi o toque maldoso que despoletou estas contrações? Será que na ponta da luvado médico, ao ir observar e descolar as membranas (toque maldoso) não iria ¼ de comprimido que despoleta estas contrações de forma tão rápida? As evidências científicas desta relação do toque com oinício de contrações existe, mas de forma tão rápida, imediata e eficaz…fico claramente numa enorme dúvida, pois esse “milagre” é normalmente atribuído ao tal comprimido e não apenas ao famoso “toque maldoso”. Ter-lhe-ão vendido um toque em troca de medicação? Informe-se e informe o seu médico relativamente ao desejo deste tipo de intervenção/medicação. Ela existe…saiba disso!

Que pena…o seu filho ainda não queria nascer!

– Este que vos vou relatar agora, não foi um nem dois…infelizmente. Foram mais que muitos e o que mais me custava era a inércia das mulheres ao entregarem de bandeja este protagonismo aos médicos, como se fossem eles a decisão total do desfecho das suas histórias de parto e até de vida.

Observação vaginal e puf…”sabia que tem o saco roto? A sério Dr/Drª? É verdade! Agora tem que ir para a sala de partos.” E pronto…é isto! Romperem bolsas amnióticas ao toque vaginal, foi prática muitas vezes observada e em NENHUMA delas eu ouvi perguntarem qualquer tipo de permissão.

Ao chegarem à sala de partos, nós enfermeiras especialistas, perguntávamos: “a sua bolsa rompeu em casa”? Algumas respondiam que achavam que não, outras que talvez sim, porque a Drª assim o tinha dito. Nenhuma delas percebia que tinha sido propositado.

Que pena…o seu filho ainda não queria nascer!

– “O seu bebé é muito grande. Temos que fazer uma cesariana”! Quem não ouviu ainda esta expressão, seja para si própria, seja para uma familiar ou amiga, seja até nos grupos das redes sociais? Quem lhe disse ou garante, que o seu bebé não vai conseguir nascer por via vaginal? Não há garantias nem que vai nascer por via vaginal ou até que vai haver necessidade de uma cesariana. Só no trabalho de parto, se poderá ter essa certeza, até porque presenciei trabalhos de parto, de mulheres com bebés que supostamente pesavam mais de 4kg e que na verdade nasceram com o peso bem mais abaixo e pela via que eles tanto gostam…a via natural…a vaginal!

Quando o médico lhe disser algo deste género, coloque sempre alguma dúvida e peça uma outra opinião. Ele de facto pode ter razão…ou não!

Que pena…o seu filho ainda não queria nascer!

– “Vá ter comigo no dia x que eu gostava muito de lhe fazer o parto”. Já ouviram? Esta frase até pode ter algo de veracidade, afinal são várias consultas e vão-se criando laços, mas será que é ao ponto de eu colocar o desejo do médico à frente da vontade do meu filho em escolher o momento ideal? Se estiver tudo a decorrer de forma normal, ele saberá o momento da chegada. Ah…e se o seu médicoé tão seu amigo, ele quererá o melhor para si e para o seu bebé e a indução, não o é com toda a certeza. Acredite em si e confie no seu bebé. Veja o médico como um parceiro e não como o protagonista da sua história. Ele é apenas médico, não um Deus para “adorar”

Que pena…o seu filho ainda não queria nascer!

– “Está tudo com tão bom aspeto, que eu ponho-te um bocadinho de oxitocina e despachas-te num instante”.Esta foi a frase que ouvi das duas vezes que pari. Se aceitei? Claro que sim. Não sabia mais do que aquilo e provavelmente vocês estão na mesma situação…ou aliás…estavam, pois acredito que a partir de agora vão escolher diferente, vão informar-se mais, vão fazer escolhas mais conscientes.

O meu resultado foram dois partos por via vaginal, com episiotomias (uma delas bem traumatizante) esem analgesia epidural (por opção) mas com medicação na veia para a as dores, o que fez com que pouca lembrança tenho de sentir e ver a minha filha nascer. E olhem que ela era bem linda.

Correu tudo bem, mas hoje faria tudo diferente. Seriam os meus filhos que decidiriam as suas datas denascimento e juntamente comigo, faríamos esse caminho do trabalho de parto e parto. Um caminho deverdadeiro Amor!

Foi pena…porque os meus filhos ainda não queriam nascer!

Não pensem com isto que sou contra à indução de trabalho de parto, até porque há indicações para o fazer sim e ainda bem que existe essa possibilidade, mas que seja um recurso e não um meio. A grande parte das induções resultam em partos instrumentalizados, num maior nº de episiotomias, em partos por cesariana, numa necessidade imperativa de analgesia epidural, etc.

Não aceitem tudo o que vos propõem. Peçam uma segunda opinião e conectem-se convosco e com o vosso bebé. Ele dar-vos-á a resposta à vossa questão.

E para terminar, quero deixar a ressalva de que há médicos fantásticos e maravilhosos. Trabalhei com seres humanos incríveis…mesmo! Pena que muitas vezes se deixem levar por práticas, procedimentos e tecnologia que podem acelerar o parto, mas travam o respeito pela mulher e por aquilo que ela quer para aquele momento.

Procure, para além de um médico, alguém especialista em saúde materna ou um/uma doula. Serão estes/as que se serão os guardiões e a segurança desta jornada e deste momento.

Ajude a mudar o mundo, mudando a forma de nascer!!!

Sejam felizes…hoje e sempre

Com Amor

Elisabete Palma

Veja nossos outros artigos

Comunicar conscientemente

É verdade… A temática “interação entre adulto e criança” carece de muita atenção e reflexão por parte de todos os adultos que lidam diariamente com crianças. Desta interação podem nascer crianças seguras ou inseguras, calmas ou apressadas, prudentes ou imprudentes,

Leia Mais >>
Acesso Vip 
Bebé do Novo Mundo
Lista de Espera ↓
Thank you!
Bebé do Novo Mundo
Lista de Espera ↓
Thank you!
AGUARDA PELAS NOVIDADES ↓
Thank you!